BIANCA DAMASCENO
Doutoranda em Filosofia (UERJ); Mestra em Psicanálise (UVA/RJ); Sócia-Gerente da BSDH ORG. e Comunicação de Ideias; Pós em Psicologia Fen. Hermenêutica (USU/RJ).
__Título da apresentação
“Vida como Negócio”
Pensar a vida como negócio é entender que passamos a viver de acordo com os códigos do campo empresarial.
Isso é um problema, porque uma empresa até pode se reger por busca de metas e
superação contínua em prol de sua perpetuação, garantindo, dessa forma, produtos e serviços de alta qualidade. Mas, e nós?
A existência humana pode se pautar pela lógica da produtividade, da funcionalização e da competitividade como sentido para estar no mundo?
O filósofo sul-coreano, Byung-Chul Han, critica tal lógica, denunciando que, com a chegada do neoliberalismo, entramos no tempo da sociedade psicopolítica do desempenho e da positividade.
Somos, agora, “empresários de nós mesmos”, estando entregues à nossa própria ‘sorte’ e ao nosso próprio ‘risco’.
Eis o que nos leva a perder a noção dos limites necessários ao infinito “Yes, I can!” que o sistema insiste em nos imputar, conduzindo-nos ao esgotamento.
Para Han, está aí a grande enfermidade do século XXI: o adoecimento neuronal. Em outras palavras, a agressão sistêmica que leva os sujeitos do desempenho ao burnout, à depressão, à síndrome do pânico etc.
Essa é a violência da positividade que nos impede de dizer “não” ao eterno “sim” da psicopolítica.
