A nossa empresa nasceu em 27 de novembro de 2014, formada pelas letras de nossas iniciais – o B, o S, o D – somados ao H de Humanização (BSDH), com o intuito de oferecer “Organização e Comunicação de Ideias” baseadas no amadurecimento da carreira absolutamente autônoma (e por opção), de Bianca, recebendo as bênçãos da carreira em serviço público e de carteira assinada, de Beatriz. A BSDH carrega em sua marca as cores grafite (organização) e amarelo-ouro-alaranjado (comunicação). Amapola Rios foi a designer que fez a nossa Marca, e por quem temos profunda gratidão.

Fazendo uma brevíssima linha de tempo, a bem da verdade, esse caminho de 10 anos foi marcado muito mais por fenômenos traumáticos do que afortunados. No momento de abertura da BSDH, em 2014, dava-se, por exemplo, a ascensão do Estado Islâmico; a Copa do Mundo aqui no Brasil (quando levamos 7 a 1 do time alemão). Também em 2014, Putin já avançava para cima da Ucrânia, anexando a Crimeia à Rússia. O golpe militar completava 50 anos e, apesar do Relatório Final da Comissão da Verdade entregue nesse mesmo ano, alguns insistiam – e ainda insistem – em chamar a ditadura de ‘Gloriosa Revolução de 64’… Também nesse ano de 2014, Dilma Roussef seria reeleita para o segundo mandato, mas já em ambiente de grandes protestos e expansão das ideias de extrema direita, com a fundação do Movimento Vem pra Rua. Foi esse o ano de deflagração da Operação Lava Jato, conhecida como Petrolão. Um ano triste, pelas perdas de Gabriel Garcia Márquez, Ariano Suassuna, Paulo Goulart, José Wilker, Jair Rodrigues, João Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves, Hugo Carvana e Manoel de Barros. Os anos que se seguiram, não foram menos desafiadores; muito ao contrário… Em 2015, tivemos que ver, assombrados, o rompimento da barragem de Mariana. E em, 2016, a ascensão do Trumpismo nos EUA. Depois, em 2018, o trauma da morte de Marielle Franco e seu motorista – Anderson Gomes; o incêndio do Museu Nacional e o mais nefasto, a subida da extrema direita ao topo mais alto do Executivo para minar as instituições do Brasil e espalhar (como diria Hannah Arendt) o fungo de suas ficções totalitárias. Como se não bastasse, 2019 nos reservava o rompimento de Brumadinho; meninos morreriam no incêndio do Ninho do Urubu e perderíamos nosso querido Ricardo Boechat numa queda de avião em SP. Mas o pior estava por vir em 2020 e nos assolaria pelos próximos três anos: a pandemia da COVID-19, que aqui no país deixou mais de 700 mil mortos, entre março de 2020 e 2023.

É certo dizer, por outro lado, que a entrada nos anos 20 do século XXI, trouxe algumas respostas, como a defesa da democracia, em 2023, com a derrota da extrema direita nas urnas, apesar das tentativas de mais um Golpe de Estado, com requinte de planos de assassinato e o show dos infernos no 08 de janeiro… Também tivemos a prisão de Chiquinho Brazão pela morte de Marielle. Recebemos Madonna no Rio e assistimos a Claudia Sheinbaum chegar à Presidência, como primeira mulher a liderar o México. Contudo, o lado sombrio de nossa desumanidade se revelou mais forte, com nova invasão da Ucrânia (2022), o ataque abominável do Hamas à Israel, no 07 de outubro (2023), seguido da resposta não menos abominável que destruiu Gaza por completo. Não podemos esquecer a tragédia do Rio Grande do Sul (2024) e a expansão das aberrações da extrema direita, especialmente contra nós, mulheres, com afrontas como o projeto de lei PL1904/2024 agravado pela discussão sobre a PEC 164/2012, que criminaliza totalmente o aborto, seja lá em que circunstância se dê. Junto a tudo isso, tivemos que tolerar o agravamento da crise climática e o pouco compromisso dos governos em tomar medidas contundentes e urgentes.

Mas apesar da dureza desse decênio, por aqui, na BSDH, realizamos bastante coisa e tivemos muitas alegrias. Belos projetos de consultoria empresarial, aulas em vários estados do Brasil, minifeiras de negócio, lançamentos de livros, ações de voluntariado, publicação de artigos, atendimentos individuais, atendimentos em grupos, entre outras tantas iniciativas. Enfim, desde que abrimos a BSDH, de 2014 até o momento atual, nos mantivemos fiéis a valores que recebemos dos nossos ‘maiores’: pais, professores e mentores. A BSDH nasceu para FOMENTAR A AUTONOMIA. E, para nós, Autonomia não é palavra vazia. Autonomia não é meramente a livre iniciativa empreendedora de um eu-capitalista-neoliberal. Definitivamente, NÃO! Autonomós, do grego, como a justa medida de si, é uma estética de ser, um cuidado de si que deve estar tramado no cuidado da pólis, visando à construção de um mundo virtuoso. Para tanto, somos conduzidas por uma Espiritualidade não-religiosa. Fazemos Política sem vinculação partidária. Estamos no mercado, mas não servimos a ele. Não fazemos nosso trabalho com o intuito de reproduzir as lógicas do sistema, mas com a intenção de modificá-lo. Somos uma empresa de Cultura e também de Educação, porque acreditamos no nosso país e na realidade humana como abertura e possibilidade. Nossos valores, nossa missão e nossa visão não são expressões publicitariamente escolhidas para compor um “Quadro em sala de espera” ou um “Site Institucional”. Somos da Palavra. E sabemos que com Palavra não se brinca.

Por isso, quando dizemos que nossa missão é “Promover canais de responsabilização de pessoas e empresas por meio de suas realizações que contam com o nosso apoio”; queremos deixar claro que não podemos trabalhar para quem não tem responsabilidade com o mundo. Quando dizemos que nossa visão é “Trabalhar em prol de um mundo composto por singularidades que se respeitam”; queremos anunciar que levamos a sério a Estruturação de Projetos Pessoais, Profissionais e Empresariais como prática de cidadania. Somos uma empresa que se posiciona. Somos do time de Paulo Freire, tão perseguido pela extrema direita. Somos uma empresa que bebe num Cristianismo Pastoral de Base… Não nos conformamos com o (des)mundo da desigualdade preconceituosa e assassina do modelo atual. Por isso mesmo, nossos valores falam de “Abertura ao novo e ao diferente”; de “Criticidade e liberdade de pensamento”; de “Sede de sabedoria e prazer pelo conhecimento”; de “Compromisso, filiação e envolvimento com o que fazemos”; e do “olhar para o humano como ‘poder-ser’”. São esses valores que não nos deixam desistir. São esses valores que nos fazem resistir. Acreditamos em cada pessoa para quem trabalhamos, acreditamos em teia relacional. Daí fazermos questão de criar uma Rede de apoio e cuidado, fiada com profissionalismo, compromisso ético, competência, rigor na pesquisa e na formação. Sabemos o nosso papel e o tamanho da responsabilidade que temos. É preciso Orar e Vigiar, enquanto Agimos! A BSDH é uma empresa que atende, em maioria, a classe média, culta e formadora de opinião. A partir desse fato, trabalhamos para a classe média sem perder, no entanto, o foco nas batalhas pela isonomia e contra as mazelas que devastam os de classes oprimidas. A BSDH é uma empresa que faz ciranda, sem largar as armas.

E já que temos essa consciência, sabemos que o cenário que se apresenta para os próximos 10 anos não se mostra mais fácil do que foi este de nossa primeira década. Pressentimos que estamos numa guerra em que forças terríveis seguirão nos ameaçando com extremismos, negacionismos, totalitarismos… para não falar em riscos do clima e armas nucleares. Sabemos de que lado estamos e contra o que queremos lutar. Daí podermos afirmar que tudo isso é muito mais que um CNPJ… É sobre fazer de nossa existência a encarnação dos Verbos que somos. Cada pessoa – física ou jurídica – para quem trabalhamos, escreve essa história conosco e pode atestar o nosso QUEM. São os clientes a nossa razão de ser, o espírito de nossa empresa. Por causa deles seguiremos em frente, cultivando oásis nesse mundo-deserto que, como bem profetizou Hannah Arendt, vem nos trazendo “tempos sombrios, onde as piores pessoas perdem o medo e as melhores perdem a esperança”. Ficaremos mais atentas ao que precisamos fazer. Lutaremos ainda mais em busca de outras muitas décadas de sobrevivência e resistência, pois manter uma EPP (Empresa de Pequeno Porte) no Brasil significa superar enormes obstáculos (já que, segundo o SEBRAE, o tempo médio de vida das EPP’s é de, aproximadamente, 5 anos). Assim, seja por fé, insanidade ou teimosia, a BSDH vive e segue em frente, rumo às próximas décadas. Venha conosco!